segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Não sei.

O que? Não sei.
Pra onde? Não sei.
Por que? Não sei.
Será? Não sei.
Como? Não sei.

Basicamente é este o lema de final de ano. Todas as perguntas são respondidas com um grande e pomposo (quase assim, pretencioso) não sei.
Não é a saída mais fácil, nem a mais difícil. É só uma saída.
E por que? Bem, tenho certeza que vocês já sabem a resposta.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Sobre o tempo...

Sobre o tempo, para o tempo, com o tempo, contra o tempo, pró tempo...
A vida lhe dá muitas alternativas em relação a forma de viver. Basta você escolher a que mais te faz bem.
Eu ainda não me decidi...Por enquanto, a decisão foi só viver...E que o tempo me acompanhe, se quiser.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Fazem sentidos

Uma das coisas que guardo da minha vó, é ela citar a importância do tempo nas nossas decisões, nos nossos atos e da forma que o realizamos. A frase que ela citava que alertava-me mais sobre a soberania do tempo era "eu já fui o que tu eras e tu serás o que eu sou".
O tempo é sim o dono da razão. O tempo é sim soberano, e por mais que desejamos travar, atrasar ou acelerá-lo, é tudo em vão. Digo isso por experiência própria (e escassa).
O que eu espero, além de sua soberania, é que, como outro ditado da minha vó, ele seja capaz de apagar as mágoas e as tristezas... Ele seja capaz de trazer respostas para as coisas que hoje não consigo ver sentido algum e que só me traz dor e desamparo; tempo, sobrano e milagreiro...Até que faz sentido para os meus sentidos que já não vêem sentido em muita coisa.
Só sentidos...Textos, mágoas, tempo.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Por trás da lente...

Aqui, do outro lado da lente, a cabeça tem um só foco; a foto perfeita.
Aqui, de trás da lente, o que a gente quer é o distanciamento perfeito, a sintonia, o jogo de cores, o momento ideal.
Aqui, o zoom é essencial, a precisão é indispensável, o momento é único.
Aqui de trás, as mãos tentam em vão não tremer para capturar aquela foto, que você tanto espera, a câmera insiste em te sacanear, escapulindo o flash, maldito flash, que você esqueceu de tirar.
Aqui, do lado de trás da lente, a vida é outra. Uma vida muito melhor.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

No topo.

Corro, ando, subo os degraus que insistem incontroláveis em aparecer. E nem sei porquê os subo. A racionalidade me machuca, e no momento prefiro ser só instintos. Só pra variar.
No momento do ócio surge a reflexão... Reflexão esta desnecessária, prejudicial, mas bem.
Momento este, que me invoca sentimentos, nem sempre felizes, nem sempre tristes; nem sempre definíveis.
O ato de pensar, o uso da racionalidade é muito mais complexo que o uso do impulso; e não necessariamente melhor ou pior. Mas o que distancia um ato pensado de um ato impulsionado? O que faz um mais coerente que o outro?O ato de pensar muitas vezes estraga nossas mentes, já caleijadas, que querem descansar; mentes doentias, sofrem e se desgastam com qualquer oportunidade de reflexão; é por tantas vezes fugir deste desgaste que quando a racionalidade nos é solicitada ela age mal, deteriora, fantasia, degrada tudo; quando na verdade é só aquilo e pronto.
Tudo é isto. Tudo é aquilo. Aquilo que se vê. E não há reflexão no mundo, por mais longa que seja ela, que anule um segundo sequer de sentimento maior.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Mais um texto.

As coisas ainda encontram-se muito avulsas, perdidas em pedaços de papel rabiscados, alguns cobertos de lágrimas outros escritos com entusiasmo.
As canetas para a escrita não são as mesmas e os papéis são de caderno inacreditavelmente diferentes.
Não sei o que muda. Se é a forma de escrever, se é a riqueza das palavras, se é o papel, se é a caneta, ou se sou eu.
Sei que as coisas mudam; sei que o homem não é capaz de entender o mundo antes de se machucar. Não é capaz de entender o mundo antes de viver um momento de extrema felicidade, antes de chorar, antes de entender o que é o amor (seja ele na forma em que for). E eu? Ainda não sou capaz.
Eu, aos meus 17 anos, sei o que entendo do mundo. Sei que as coisas devem ser levadas da melhor maneira possível, sei que as pessoas podem ferir a quem ama, sei que as pessoas podem ser cruel (é o excesso machadiano)... Sei que as pessoas podem ser credulamente incríveis da mesma forma que podem ser inescrupulosas. E ah, sei que gosto de sorvete.
Enquanto não sei de nada além do sorvete, escrevo... Vario entre blogs, cadernos, canetas. Vario em vida, vario por necessidade de variar. E escrevo.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Próximo passo.

Eu queria escrever, queria soltar, queria botar pra fora o que há pra colocar; queria vomitar tudo de uma vez. Não dá, não deu.
Alguma coisa ainda me diz que é cedo, alguma coisa ainda me diz que devo tentar.
Por enquanto as coisas vão assim. Inapalpáveis, inperceptíveis e imprevisíveis.
Dá medo.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Com nada, sobre nada, de nada.

As coisas me impressionam. Impressionam a ponto da decepção, a ponto da amargura, a ponto do chorar (não, isso não é raro, eu sei).
As coisas se dissipam tão fácil, da mesma forma em que elas vieram. Não, as coisas se dissipam mais fácil do que vieram.
Parece que você demorou um tempo pra construir aquilo, pra estimar, quem sabe, até uma solidez, mesmo que imaginária, mesmo que ilusória; a coisa está lá. E não é que num piscar de olhos, a coisa se vai? Mais do que num piscar de olhos. Num passo dado, numa palavra dita; vai.
E quem é que te segura? Como viver sem a coisa que você tanto estima? Como superar a perda daquilo que você crê que construiu com tanta forma e conteúdo?
O que mais te prende em tudo é o seu egoísmo. O seu egoísmo, a sua fraqueza, a sua dependência. É tudo que te rende aquilo, que te faz refém, e você já não sabe mais se é aquilo que você quer pra você ou se é você, como essência da podridão humana quem quer. E aí? O impasse está declarado, você se depara com seu medo, com sua fraqueza, que estão bem ali, na sua frente, esperando a sua decisão, a esperada decisão.
Corro. Fujo. Fujo de mim, me rendo aos meus erros, aos meus pecados já consolidados, será que faz diferença agora?
Não quero perder. Não quero sentir. Não quero pensar. Mas o faço.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Parar e olhar.

Acho que o que mais me fascina na fotografia, é o dom de se parar na hora certa, atingindo exatamente o ápice daquele momento. Obviamente, refiro-me ás fotografias que pretendem isso, que tem um objetivo a mais do que registrar momentos alegres (não que eu não goste delas também).
A arte de fotografar, é muito mais do que focar, apertar o botãozinho e jogar no computador; a foto, ela sim deve focar você; você deve sentir a foto, sentir aquele momento e então tirar. Trabalhoso? O caso de amor entre você, o momento e a câmera duram segundos; segundos intensamente imortalizados, por um registro muito mais do que computado, mas um registro sentido.
Pra mim, as fotos devem ser captadas com o coração, com a mente, e depois passar pelo click. Se as pessoas que olharem sua foto, sentirem metade ou o dobro do que você sentiu ao tirá-la, seu objetivo definitivamente foi concretizado.
Li certa vez, que ao tirar a foto, deve se alinhar o coração, a alma e o foco da câmera; acho que isso traduz o papel da fotografia. Mais do que doces lembranças, ela deve te chocar, te revoltar, te tirar da cadeira para procurar mais. E é isso que eu e minha câmera buscam como objetivo pra vida. E de quem olhá-las.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ópio

É inexplicável... O arrepio surge do comecinho da barriga e parece que até o seu último fio de cabelo, aquele mais ajeitadinho, fica de pé...
Você olha o relógio em tempos absurdamente periódicos, e, ele não passa...Não, o maldito do tempo não passa!
Você começa a ficar meio encabulada, perguntando se todos tomaram a decisão certa, se o que foi feito vai dar certo, se é a tática ideal... O jeito pra controlar a ansiedade é discutir e minimizar sobre ela.
Aí a coisa começa... A garganta não é suficiente pra suprir a emoção...As mãos, os pés, as almofadas da casa, os copos do buteco, tudo cria vida e se exalta por si só; parece que o mundo para naquele instante e nada mais que aquele problema te importa agora (vai, um segundinho de distração não mata ninguém, né?)
Até... Que o gol vem!! Aquela gritaria, aqueles pulos, aquela provocação que insiste em sair, aqueles palavrões de baixaria, que você mal sabe o que significa dão por sair na sua boca sem fim.
Acaba o jogo. Seu time (o meu, palmeiras) ganha a partida. Os olhos brilham, querem deixar cair lágrimas, mas o seu orgulho (e o meu lado feminino/macho) não me deixam chorar, afinal "caralho, aqui é verdão, porra!"... Mas eu sei, eu sei o que um jogo de futebol significa pra mim. A emoção que ele me traz... Da torcida, da bandeira, de sentimentos unidos por um só objetivo... Só quem gosta de futebol pra saber... Ou não; só quem se emociona por algo de verdade pra saber; o futebol é o ópio do povo. Mais do que isso; a alegria e emoção é o ópio do povo... E ela vem num objeto redondo, pintado, num gramado límpido verde, encerrado pelo apito do juíz.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Caindo (de cara) na realidade.

Desci do salto...Mentira, despenquei dele. Que que eu quero pra mim heim?Quero isso?Bom. Quero aquilo?Faça por merecer.
O salto estava muito alto mesmo, só tava dando pra ver muito acima do que eu sou. E o que eu sou?Baixinha, sem salto, rasteira, perdida. Perdida nas fórmulas exatas; sou mais entender as fórmulas da vida, daqui de baixo.
O salto era fino, logo logo eu sabia que ia desmoronar. Mas naquele momento, eu não me importava. O nariz estava tão alto, que acabei me esquecendo do que realmente me fazia feliz. Eram as coisas lá de baixo.
Aprendi que com salto ou sem salto devo permanecer assim; baixinha, respirando baixo, com pézinhos pequenos no chão...E sonhando lá em cima.

domingo, 24 de agosto de 2008

Mas eu quem será?

E logo agora, nos 45 do segundo tempo, que o árbitro aponta pro meio de campo, o jogo mudou. Chutei o balde, mudei de opinião. Fiquei mais feliz. Mas é uma felicidade que anda me dando medo! Um frio na barriga um "será?" desesperador que ecoa na minha cabeça. Será?
O dia se aproxima e o medo, o frio, a felicidade vêm com mais intensidde, até com uma dose de desespero.
Não me sentia assim há muito tempo; tô achando ótimo. E pra vocês, um beijo, um abraço e um montão do que eu tô sentindo!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Simples (ou complexo) assim...

Eu quero amor em tempo integral. Quero senti-lo a todo instante, tocá-lo, ser envolvida sobre sua onda hipnotizante; quero me perder no tempo, esquecer do espaço, do porquê, como ou onde.
Quero sentir em cada vão momento a delícia, a dor, a malícia, quero amor.
Amor para mim periódico não basta. Amor de lua, de temporada, esse amor não me é suficiente.
Gosto do amor inteiro, do amor da loucura, do amor espontâneo, o todo amor.
Amar de vez em quando é como se não houvesse amor, e sim, a paixão, esta não me é suficiente; oscilar entre o negativo e o nulo, é como um enorme buraco que se integra dentro de mim, e, o amor que vem depois, já não me basta mais.
Não basta, talvez porque eu não quero que baste, talvez porque ainda, no meu íntimo mais escondido, ainda esteja uma ponta de amor-próprio, talvez amor este, maior do que o que eu quero sentir, do que o amor que eu sinto.
Amor, amor, amor; senão mais, senão sempre, nunca.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Óde ao desespero

Entre trabalhos incansáveis, estudos intermináveis, a química insistente, o sono imprudente, o fim do café, os ruídos que me atrapalham, as portas que insistem em abrir, no lápis causador de autismo; ainda sim, vejo algo.
Entre a escola tediosa, o uniforme gasto, o busão lotado, a caminhada torturante, o trânsito infernal, a cabeça que insiste em doer; ainda assim, vejo algo.
Entre as reclamações, os exercícios extras, a comida mal mastigada, o relógio que insiste em correr, a vida que insistem em seguir; ainda assim, vejo algo.
O algo oscila entre luz, escuridão. O algo varia entre esperança e desespero; varia entre expectativa e total desesperança. O meu algo vascila, o meu algo inconstante, o meu algo; eu.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Cá estou...

Bom, aqui estou eu, a Renata, de alguns anos de idade, divagando sobre algo que nem eu sei direito; o meio-ambiente. Não é curioso escrever sobre ele, quando o computador que eu uso pra isso, está ligado numa tomada consumindo violentamente energia?Quando a luz que ilumina minha cabeça agora está fazendo o mesmo? Não é estranho escrever sobre isso com roupinha de algodão, que mamãe comprou na liquidação da loja exploradora?
É, não sei como me sentir menos hipócrita falando sobre isso. Não sei como me sentir menos hipócrita, simplesmente por pensar nisso.
Não sei como me sentir menos hipócrita ao viver.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Uma quase análise...

Acho que mais do que poesia, a Rosa e a Náusea de Carlos Drummond de Andrade, expressa um sentimento praticamente secreto, que mantemos nulo para não enlouquecermos diantes de tanta selvageria.
Ele nos abre os olhos para algo mais: o terrível algo mais que decidimos nos desviar por conveniência. Conveniência esta que só faz acumular mais tédio, nojo e ódio que agora não é só mais ligado a sociedade, mas sim em nós mesmos.
Ao ler a Flor e a Náusea, não nos identificamos com o texto, sentimos sim, como os próprios criadores da poesia; o homem contido, do cansaço sobreposto, do conformismo evidente, e da última, não mais flor, mas agora somente uma pétala seca de esperança.
O tempo passa e o capitalismo com todos os seus podres ainda nos acorrenta. Acima de tudo isso, nós mesmos nos acorrentamos em algo que nem sabemos se acreditamos como monogamia, trabalho, estudo; nutrimos o sistema capitalista, mais do que isso, somos o próprio sistema capitalista; deixamos de ser seu alicerce e passamos a ser ele mesmo. Já não se sabe mais o quanto isso é tédio, nojo e ódio.
O suor do trabalho, confunde-se com as lágrimas do explorado, do penitenciário do escritório, de quem trabalha de pé no chão á quem desfila com seu sapato de couro. As lágrimas contidas se escondem nas mãos calejadas, na goma do terno, no nó bem dado da gravata nova. Se escondem.
O uniforme é objeto de tortura, é vestido para ir a caminho do nojo, do destino certo, do destino imposto. Nojo, repugnância. Do trabalho?Do uniforme?De quem veste?De quem o manda vestir?
A pétala, o caule, o espinho...Brotaram no asfalto...Cadê?Cadê o asfalto?Cadê a flor?Cadê a rosa do meu povo?Cadê a receita pra mudar, a saída pra fugir, o buraco para se esconder?Livre-se do material, espiritual, boçal. Livre-se do que te prende, do que te fere, do que te pune. Livre-se de quem, de que, de onde, de como. Livre-se, liberte-se de si...Quem sabe assim, encontramos a pétala que falta em cada um, para formar a rosa do povo.


Ps: Quem não leu a Rosa do Povo do Drummond, perdão pelo texto, que não irão entender. Mas vocês não sabem o que estão perdendo.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Inverno!

O frio chegou! Chegou pra acalmar os agitadinhos, pra esfriar os acalourados, chegou!
O frio chegou! Tomou conta do espaço, fez você tirar aquele agasalho fundo do armário, chegou!
O frio chegou! Cadê minha xícara de chá, meu cobertorzinho quente, e não é que de repente a temperatura abaixou mais?!
O frio chegou! Momento de mais união, do calor humano, da briga pela janela fechada, grande inverno!
Frio, frio, frio, você chegou! Trouxe com você minha alegria, minha calma, trouxe pra mim mais ânimo e mais preguiça ao acordar...
Ah frio, se soubesse o que você representa...O Sol falso enganador tenta te esconder, mas você frio, você e sua brisa, sua garoa, seu jeito arrebatador não deixa nem chances á Grande Estrela. Ao abrir a janela sinto seu vento, seu sopro gelado me fazendo retrair e desistir da melhor saída possível.
Agora chega de falar de frio, porque aparentemente meu psicológico controla meu físico e o frio aqui está insuportável.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Definição da definição...

Tenho que fazer um trabalho sobre religiosidade. Curiosamente (ou não), me deparo com a seguinte definição: A religiosidade é uma qualidade do indivíduo que é caracterizada pela disposição ou tendência do mesmo; oras, é possível descrever a religiosidade? É possível, através de palavras, coisa tão material, definir o que se encontra dentro de mim? Hoje em dia a frieza é tanta que somos capazes de definir sentimentos com símbolos ortográficos?
Não desmereço as palavras. De modo algum, sou sua grande seguidora. Desmereço definir o indefinível. O quão absurdo é definir o que está dentro de ti? Como relatar um sentimento tão indescritível como o de sentir a religiosidade? Como tornar o ápice dos seus sentimentos uma folha cheia de escritos? Será o sentimento hoje sintetizado por papel, caneta e/ou pior, blogs?
Sou atéia. Convicta. Me prendo ao ceticismo até o último fio de cabelo. Mas sou religiosa. Dentro de mim, da minha intensidade, dos meus sentimentos, sou extremamente religiosa. Sinto os momentos com o perigo de ser o último, sinto o sabor gelado do sorvete como um prazer ímpar, ouço e leio á grande sabedorias com a sede de aprender de uma criança; sinto prazer pelo prazer e por prazer.
Gosto de refletir sobre as coisas, mas julgo-me vã ao tentar definí-las. Definir é limitar. E limitar um sentimento, definitivamente não faz parte da religiosidade. E nem de mim.

domingo, 8 de junho de 2008

Aponte, A Ponte, A-ponte...

"A ponte não é de concreto, não é de ferro
Não é de cimento
A ponte é até onde vai o meu pensamento
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento..."

Lenine.

Homenagem para um poeta. E um futuro jornalista: Felipe fontes.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

É assim que funciona!

Hoje era pra ser um dia como outro qualquer. Mas não foi. Não foi porque eu não deixei ser. E não será mais, porque nunca mais farei de um dia outro qualquer. Nem que a novidade venha forçada, indigesta, venha só pra falar que é um dia diferente; mas será.
Era pra ser um dia como outro qualquer. Aquela coisa do colégio, do teatro, do cursinho, dos exercícios de matemática, do stress vestibularesco, do cházinho quente e da cama ainda mais quente; não que seja ruim, mas não foi e não será mais assim. Gosto da minha xícara colorida e do meu chá boa-noite (sem açúcar, por favor); gosto da satisfação em resolver exercícios de matemática financeira; gosto da sensação de estar no palco apresentando e fazendo coisas que nunca faria; mas agora o dia é outro. Quero mais emoção, mais sentimento, mais comoção. Quero mais alegria, mais sensações, quero mais amor, paixão, quero mais.
O dia é outro; agora tenho desejos, vontades, quero colocá-los em prática, pra nunca mais me arrepender de ter vivido um dia.

domingo, 1 de junho de 2008

Aprendendo a viver...

...E a ser feliz. Não é que é bem mais fácil do que eu imaginava?

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Pensando longe, pensando sozinha.

Parece mais sério do que eu imaginava; não sei o que quero de mim, pra mim, por mim. Mais do que nunca, me sinto vazia, perdida num mundo imenso, prendida por coisas que não se prendem a mim, dependente de algo que não depende de mim. Me sinto obcecada, um sentimendo doentio que dói a mim, e só a mim.
Não sei o planejamento, não sei mais o que faz parte e o que não faz parte de mim (nada faz, na verdade)... Sou só sentimentos num mundo de plena razão. Sou só amor numa plena ocupação; sou só tristeza no vazio que me corrói.
Quero o ponto final. Quero me livrar disso, da dor, do amor, do que me faz mal. A solidão não me faz bem, mas não sei lidar com companhias. Acho que no fundo não sinto amor. Sinto ódio, repulsa, medo e um peso enorme que só me coloca para baixo.
Cansei de tudo, quero todos. Quero um todo só; aquilo que me dá ódio, me dá dor e me completa.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Ansiosa pelo(s) fim(ns) da(s) estação(ões)

Cheguei mais cedo hoje. Novamente me cansei. Cansei do tédio, do ódio, da mesmice.
Cheguei mais cedo pra tentar fugir do que prevalece sobre o meu cotidiano; o nada. Tentei fugir de mim mesma, e ainda assim não consegui.
Cheguei mais cedo pra tentar me esconder das palavras "competição", "vitória", ou frases como "seja melhor que os outros" e "se supere" que ecoam na minha cabeça cansada, fisicamente, psicologicamente, cansada de mim. Tento fingir que não sei o que sinto, tento me esconder por trás de obrigações que nem eu mesma sei a utilidade (ou sei que não as tem); e no final eu só quero que tudo se exploda e que não sobre pedaço de nada, de ninguém; ou melhor ainda, nenhum pedaço de mim.
Cheguei mais cedo hoje pra poder chorar, me livrar da pressão pública, da pressão dos que eu não conheço, das pressão dos que me querem bem, da minha própria pressão.
Cheguei mais cedo pra tentar me deparar comigo mesma, me descobrir, me analisar; me auto-flagelar.
Cheguei mais cedo e agora seco minhas lágrimas que saem revoltosas, de olhos trêmulos que já não ligam muito mais para o que está escrevendo e nem para os sentimentos dos leitores.
Hoje eu cheguei mais cedo sim, mas talvez tarde demais.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Sem Censura.

É complicado. Complicadíssimo, eu diria, chega a ser impossível a descrição; como dói presenciar coisas acontecendo a sua frente e você totalmente aquém de todas elas. Talvez não porque você queira, mas porque o novo te assusta; o que me irrita na mesmice, me teme no novo.
Não quero saber de novidades, mas não quero me permanecer ultrapassada, longe delas.
Tô cansada de tanta hipocrisia, tanta necessidade de novidades, tanta sede de mudanças; não. Não estou com saco pra mudanças, não sei se as quero agora, não tenho tempo pra pensar nisso. Culpa?Enorme, um peso que chega a doer no coração(quem dera a dor fosse física). Mas a dor é necessária as vezes, dói, bate, machuca, mas é agora.
A maior surpresa que posso possuir no meu cotidiano é um tênis fora do lugar, ou um jantar que saiu fora de hora; vida.
A instabilidade não é um consolo para mim; quero-a longe de mim, não preciso de coisas instáveis agora, não quero surpresas, porque simplesmente não quero sentir. Quero ficar longe de mim por um tempo, livre de surpresas, sentimentos e mudanças.
Sai a alma, entra o corpo; começa mais um dia.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Os olhos de quem olha.

Se eu sei o que acontece em minha volta?Mal sei o que sentir ou o que pensar quando olho pras coisas, quanto mais saber o que acontece nelas.
A velocidade em que acontecem as coisas, em que o tempo passa, em que você o perde, é desesperadoramente e avassaladoramente rápido. E o que te sobra quando você não alcança?O que te sobra quando o que te resta é esperar mais um tempo pra conseguir acompanhá-lo?Vazio.
O meu vazio é tipo raso, tipo profundo, tipo uma imensidão de nada. O medo de me afogar é enorme; afogar na minha própria imensidão.
Silenciosa, límpida; vazio, grande vazio. Quero não me perder a esmo, se for pra perder, te que ter motivo (o de ter lutado). A perda de mim, o desprendimento dos outros, das coisas; é tudo conseqüência. As idéias não estão claras, mas quem se importa?O vazio é mesmo desconexo, contraditório; o vazio e vazio, não tem conseqüências...Quem precisa de conseqüências?Não há
um primeiro ato para a conseqüência...Não há recíprocas para a resposta, pois não há respostas e nem sequer perguntas.
Me pego na tentativa vã de desvendar o significado da palavra esperança; talvez ao tentar desvendar, tudo o que eu quero é tê-la. Mas o vazio não tem e não dá esperança. Porra, cadê todo o lirismo clichê de que quem acredita consegue, de que se deve persistir. Persistir no que?Acreditar no que?Conseguir o que?Tudo, tudo vazio.
Apagado...Quem apagou?Não há culpados para a culpa, criminosos para o crime; cacete, tudo é vão e assustadoramente são. Preciso de insanidade; quero o copo meio cheio.

domingo, 23 de março de 2008

Chega

Tão simples, vir aqui e escrever palavras repletas de beleza, descrever uma rotina de vida invejável...Tão fácil manifestar sentimentos bonitos, sentimentos genéricos; tão fútil ser clichê e escrever aquilo que todo mundo tá cansado de ler...
Cadê o realismo?Cadê a podreira interna, os sentimentos primitivos, o ódio interno, o ócio externo?
Chega de terra com palmeiras, o sabiá não canta mais aqui. Chega de lirismo, chega de sentimentalismo, chega de fatores inapalpáveis.
Quero o concreto, quero ver, quero tocar, quero viver.
Quero me identificar com o que escrevo, nem que para isso tenha que ferir os olhos e o coração de quem lê.
Talvez a tristeza tenha sido tomada de raiva, que anda plena, cheia de revolta e vontade de agir; acho ótimo.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Devaneios.

Acordei. Talvez tenha acordado para parar de pensar naquilo que se impregna sobre mim enquanto durmo... Pensamento? Talvez tenha acordado pra fugir daquilo que me é determinado e previsto. Fuga? Acordei para fugir dessa poeira cósmica que me cega. Misticismo? Acordo para evitar ter que me curvar a mais uma obediência hipócrita, acordo.
Acordo do pleno vácuo, do vazio obscuro, da insatisfatória e repleta vida. Da plena felicidade, da ilusória paixão, acordo. Me perco novamente num vago lapso de determinação, tentando talvez sonhar, sonhar com o fato de estar acordada. As perguntas são sinceras, as recíprocas não são verdadeiras. Dormir não é sonhar?Acordar não é a realidade?Por que desejo tanto acordar?
O coração se mantém ritmado, as pálpebras latejantes, a respiração amena. E o que importa?Já estou acordada novamente.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Fundo...

A profundidade...As vezes me deparo com ela, mas só o que desejo é subir, subir até onde posso, o mais longe possível dela. Talvez nem subir até onde eu possa, mas subir até onde eu quero (sinta a tênue e gigantesca diferença entre as palavras).
As vezes na subida, a profundidade parece cada vez mais forte e com um pólo que cada vez mais me atrai para o fundo...Fundo, até onde será que ele vai?Quanto mais eu sinto que estou próxima dele, mas ele consegue ser mais fundo, mais límpido e silencioso. O fundo é como um limbo, perdido no meio, perdido no tempo, perdido no vazio de você mesmo e de outras pessoas. Quem sabe o que eu quero mesmo é me perder, me jogar no limbo, me soltar do imposto, obedecer a gravidade e ir fundo, fundo, fundo, fundo...Até onde eu possa descer, até onde eu quero descer, até onde eu quero ficar.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O que?

Tô cansada; sangrando, morrendo; estou blefando.
Blefo por desespero. Blefo um alarde na esperança ínfima de alguém escutar. Um blefe sonhador, um blefe quase esperançoso; blefo na tentativa de voltar acreditar. Acreditar talvez nos outros, talvez em mim mesma, talvez nos meus blefes.
A chuva cai pela janela, em diagonal, numa velocidade exorbitante, as nuvens já não conseguem acompanhar os jorros d'água que insistem em sair. Do lado de dentro, a observadora da chuva, luta contra si mesma para manter seu cérebro em ativa. na tentativa de acompanhar os jorros de idéia, que surgem em diagonal, vertical e horizontal; a observadora já não quer mais saber, quer correr com a chuva, contra a chuva, para a chuva; a observadora quer chuva, quer nuvem; quer ver o blefe funcionar.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Caminhando.

Vagando por antigos textos e reflexões, me deparo com uma revelação sobre mim mesma; estou sempre caminhando.
Com ou sem rumo, aventuras, ventos ou vendavais, a vida sempre me leva a enfrentar um caminho, um devaneio, algo que me faça simplesmente andar sem parar pra pensar nas coisas; talvez este seja o problema; a falta de pensamento me faz atropelar os sentidos e a lógica, porém o excesso do mesmo me trava, me para no meio do caminho e o que era pra ser trilhado acaba tornando-se somente mais um projeto futuro.
Provavelmente eu posso estar tentando interromper um processo cíclico da vida ou somente querendo mudar meu jeito de ser, o que importa é que algo precisa ser mudado; ou ajo ou paro, ou tento ou fujo; talvez Caeiro tenha razão ao dizer que a eterna inocência é não pensar.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Pausa para pausa.

Abro meus olhos já fadigados da desesperança do dia que me espera. Sento na cama olho a minha volta a mesmice de tudo e me vêm a cabeça que essa mesmice não se encontra somente nos móveis já desgastados e encaixados em derterminados locais, mas no meu dia a dia.
Vou para a pia e me olho para o espelho com a esperança de ver alguém novo, alguém que eu nunca tenha visto antes. Lavo meu rosto na esperança de desaparecer as marcas do cansaço e do ódio implícito de mais um dia igual. Escovo os dentes, tentando tirar de mim palavras grudadas internamente que querem gritar, gritar por algo que já nem se sabe mais.
Resolvo andar um pouco mais do que costumo; estava chovendo, talvez a água que cai do céu quebrasse um pouco o clima ameno que se mantinha São Paulo e mim mesma. A chuva é fina, e o vento passa ardendo como cortes; talvez uma tentativa de aviso que as coisas conseguem ser piores.
Vou para o colégio e me deparo com o previsto, tenho o previsto, estudo o previsto, dou risada do previsto, fico cansada do previsto, como era de se esperar.
Chego em casa, deito em minha cama na tentativa vã de me livrar da couraça ociosa que se impregna sobre mim; nada.
Tudo é vão, tudo é ócio, tudo é tédio. Cadê a minha rosa do asfalto?

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Viagens

É estranho...É como perder o tato e deixar a caneta correr involuntariamente sobre o papel...É como ter a cabeça enfiada num aquário e só o que você ouve é a música que você deseja ouvir.
É uma independência dependente; é não precisar de mais nada ou mais ninguém para sentir...Os sentidos estão inativos mas a flor da pele e só o que você quer é isto dentro de você, é estar sempre neste espaço sem tempo ou noção. Este espaço estranho que te impulsiona a pensar coisas que estão fora deste contexto alienado.
A cabeça já não raciocina mais nada (e nem sequer quer raciocinar...); o que toma conta do corpo agora é o coração que bate, pulsante, num ritmo acelerado, único...Nada é válido, nada importa....Por meio deste relato de natureza indescritível escrito com alma, tinta e coração, deixo marccao o sexto sentido, a paixão em seu ápice, o apogeu dos declínios; e no final das contas é só isso que resta.

domingo, 27 de janeiro de 2008

E a vida passando...

Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu que a vida está passando, as coisas estão acontecendo na sua frente e você pensa; e agora?!
O mundo está mudado...A frase de Oswald "O futuro será de toda humanidade" está se tornando mais uma ideologia utópica...O apalpável se torna intocável e o que antes era fato hoje não passa de incerteza...O que fazer?Se tornar mais um alternativo comum?Ser mais um conformista, que não passa de um inconformado que se corrói de dúvidas e revoltas?Um rebelde que já nem sabe mais para o que lutar ou por onde começar?
É...A vida passa...O cenário, até então lindo e bucólico, cercado de flores, torna-se uma paisagem cinza e urbanizada, cercado de pastas, obrigações, deveres e satisfações; A emancipação ocorre cada vez mais cedo e de maneira opressora...Fica a dúvida de evitá-la ou enfrentá-la.
Será que a raíz do homem é o próprio homem? Devemos então, plantar, para deixar frutos para a geração que nos substitui? Querendo ou não todos nós já sonhamos em mudar o mundo alguma vez; se é de forma revolucionária ou não, a história já é outra.
A solução para a mudança dessa sociedade escassa de oportunidades e farta de desigualdade é então a conversão do desejo e da vontade pela ação; aja, mude, anda, grite, evite a tragédia passional; a nossa vida pertence somente a nós...E a chance de mudá-la também.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Conto de Circo...

Ergueu a cabeça e contemplou o lugar onde tantas vezes se apresentou para breves triunfos no trapézio. No dia seguinte desarmariam o circo, e na próxima cidade quando o reerguessem ele estaria longe. Nunca, porém haveria de esquecer aquela frágil armação de lona e tabique, as cadeiras desconjuntadas, o quebra-luz sobre o espelho partido e o modo como os aplausos e a música chegavam aos seus ouvidos.- Não vai sair daí hoje? – Interrogou Maria, que andava preocupada com a reação do trapezista diante do dia que estava para chegar. O dia em que o circo iria tomar novos rumos.O trapezista, porém, não respondeu. Estava extasiado demais, refletindo sobre os momentos inesquecíveis que passou diante daquele trapézio. Lembrava do momento em que era ainda um garoto e brincava com trepas-trepas como se nada fossem. Lembrou do momento em que o dono do circo o convidou para fazer parte da companhia e manobrar nos perigosos e temidos trapézios, lembrava dos momentos de medo e tensão em que sofreu antes de finalmente dominar o trapézio. Sorria sozinho lembrando dos momentos de estrelato em que viveu enquanto as pessoas aplaudiam sua performance ilustre. Maria vendo tudo aquilo começou a se assustar com reação do trapezista:- Confesso, imaginei que você iria choramingar o dia inteiro, mas vejo que está sorrindo! - A recíproca novamente não veio. O trapezista continuava a lembrar dos seus momentos, em que era ele, o trapézio e nada mais. Imaginava quem seria o próximo a manobrar o seu trapézio, sentia dores fortes como se alguém o chicoteasse para domar o leão raivoso que despertava dentro de si. Desejava a morte ao próximo trapezista, a mais triste e severa.- O menino! Você já está me assustando desce aqui pra gente conversar, anda! - Maria já estava ficando cansada de falar e falar e não escutar as respostas. Mas compreendia, afinal o que é de um trapezista sem o seu trapézio? Então resolveu sair e deixá-lo sozinho por uns instantes com o mesmo.Ele não reparou que ela saiu. Não enxergava nada mais naqueles momentos, seus olhos estavam inundados de lágrimas. Lágrimas de revolta e dor que jamais tinha sentido antes. Lágrimas insistentes em sair contra a sua vontade. No instante em que as lágrimas o cegaram, como num flash, relembrou toda sua vida no trapézio... As luzes, a música, os aplausos... E com os olhos fechados saltou, saltou sem ressentimento, sem querer a volta, sem querer saber mais de trapézio, sem querer mais da vida. Escutando imaginariamente, o som das palmas, das músicas e luz, muita luz.O circo foi embora... Guardando um ressentimento de que jamais em sua vida, conseguiria um trapezista que arrancasse tanto sentimento e paixão do público e de si próprio.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Quem?

Quem sou eu, quem és tu, quem é ali, quem é acolá.
Quem se encanta, quem não ama, quem não sente, quem não vive; quem não dorme, quem não chora, quem não come; penar.
Transcorre nesses versos o quem de minha'lma o quem de ti, o quem do povo, o quem de quem tem fome; fome de querer, fome de saber, fome de matimento...Fome.
Escrevo repudiando; repudiando a quem, repudiando a vista, repudiando o olfato, repudiando o paladar, repudiando a audição, repudiando o tato...Repudio, nesse instante qualquer manifestação de sentimentos e sentidos sigilosos e silenciosos; quero gritos, gritos, vozes, passos, correrias, pernas inquietas; de quem tem tudo e não tem nada a perder.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Arriscando uma sinceridade...

Acho uma atitude engraçada, até meio dramática do homem a sua doentia necessidade por mudanças; uma busca infinita, constante, pelas coisas mais ínfimas possíveis; mas é nesta busca que está contida a felicidade.
Talvez a busca em si, seja a felicidade. Talvez seja como correr atrás do arco-íris pra tentar chegar finalmente ao pote de ouro; de um modo ou de outro, a busca vem.
Assim como a relatividade da busca, surge também a relatividade do quê se busca; dinheiro, revolução, roupa, namorado, e, no final das contas, tudo isso nada mais é do que acessórios para nós mesmos. Não queremos uma mudança direta em nós, sempre queremos que seja uma interferência externa, que nos faça mudar. Isso pode ser analisado de diversas maneiras, mas, como eu faço parte da doentia busca, me limito em descrever o fato.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Desejo, necessidade e vontade.

Preciso. Não mais nem menos do que as outras pessoas, mas preciso. É uma vontade arrebatadora, daquelas que vem e você não consegue se conter. Preciso mesmo. Não é como se fosse algo em vão, ou que eu simplesmente fosse jogar fora depois. É algo que preciso. Talvez não precise tanto, não seja algo imprescindível, mas é melhor viver com do que sem. Acho que pensando bem, preciso mesmo, afinal, precisar, necessitar e desejar entram no mesmo patamar; ora, se não desejo como vou precisar?Se não preciso como vou necessitar?Se não necessitasse de nada, como seria não desejar?
Agora eu quero. Quero, almejo, não sei nem se preciso mais. Exijo; mais do que exigir, sonho.Me vejo no direito de sonhar por isso, por aquilo, por tudo. Sonhar é querer; querer é poder, poder é ter, ter é precisar, precisar é necessitar, necessitar é desejar.
O processo cíclico me envolve, da cabeça aos pés, e agora já nãosei mais se preciso, se desejo, se necessito, se exijo. Já não sei mais o que é, porque quero, porque quero ter.