terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Sobre hoje...

Hoje chorei. Talvez as cervejas, talvez o tempo, talvez a situação, mas chorei. E oras, a quantas não fazia isso com vontade, com fervor. Sentindo a lágrima quente, sentida escorrer. Hoje eu chorei. E no meio de toda a tristeza, me bateu uma euforia de saber que estou viva, de saber que posso sentir, de saber que as coisas terminam para se recomeçar. E que sim, não será a primeira, nem a última.
Com as minhas lágrimas, renasci.
Ainda mais, de esperança, ainda mais de alegria, ainda mais de dor.
Mas o coração está aqui. Sempre bom saber.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Dream


Só sonhos. Só amor, sentimentos, esperança. Vento, sol, chuva, brisa. Tudo bom, tudo bem.

"Renda-se como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Pergunte, sem querer a resposta, como eu estou perguntando. Não se preocupe em "entender". Viver ultrapassa todo e qualquer entendimento."

Ah, Clarice.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Queria...

...Tanto um pouco mais de Cristina em mim, agora, pra já.
Paixão.

Minha Boêmia

(fantasia)

"Lá ia eu, de mãos nos bolsos descosidos;
Meu paletó também tornava-se ideal;
Sob o céu, Musa, eu fui teu súdito leal,
Puxa vida! a sonhar amores destemidos!

O meu único par de calças tinha furos.
- Pequeno Polegar do sonho ao meu redor
Rimas espalho. Albergo-me à Ursa Maior.
- Os meus astros no céu rangem frêmitos puros.

Sentado, eu os ouvia, à beira do caminho,
Nas noites de setembro, onde senti qual vinho
O orvalho a rorejar-me a fronte em comoção;

Onde, rimando em meio a imensidões fantásticas,
Eu tomava, qual lira, as botinas elásticas
E tangia um dos pés junto ao meu coração!"


Arthur Rimbaud

domingo, 13 de dezembro de 2009

Sem olhar pra trás.


Hoje eu corri, meu bem. Corri tanto. Assim, meio com o sapato escorregadio, meio com aquela garoa fina, vindo cortante, mas eu corri. Corri com os pés, com a alma, corri com o coração. E sabe se lá o que eu ia dizer pra ti, se eu ia dizer algo, eu só corri. Corri sem olhar pra trás, ou sem entender porque eu corri (ah, entendendo sim). Gritei, corri, sorri, e, ah meu bem, como as coisas boas podem doer um pouquinho.

Corri sim, e, sem arrependimentos, posso correr de novo.

sábado, 12 de dezembro de 2009

The Dreamer

“I was one of the insatiables. The ones you'd always find sitting closest to the screen. Why do we sit so close? Maybe it was because we wanted to receive the images first. When they were still new, still fresh. Before they cleared the hurdles of the rows behind us. Before they'd been relayed back from row to row, spectator to spectator; until worn out, secondhand, the size of a postage stamp, it returned to the projectionist's cabin. Maybe, too, the screen was really a screen. It screened us... from the world.”

Se no fim das contas, sonhar é viver, por que não? Se eu mal sei o que eu estou fazendo e o que estar acontecendo, por que não, não me jogar de vez nesse infinito? Por que não, deixar de tentar entender e deixar as coisas acontecerem? Bobagem não citar a palavra esperança; mas, quem se importa? Desisti do medo, desisti da omissão. Agora assisto as coisas de perto. Sem medo. Com medo.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Tranquilidade...

É quase uma dor. Mas a brisa me faz tão bem, e o vento, e as coisas em minha volta tão coloridas, que de repente não consigo sentir a dor que eu deveria/queria/sinto.
Vivo assim. Naquele ciclo de sempre. Naquela busca de sempre.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Bomba Relógio

É assim a maneira que eu me sinto. Que eu sinto as coisas. Prestes a acabar, prestes a explodir. E agora, não é mais não entender o que pensas Agora é entender perfeitamente aquilo que você sente e doer por isso. Doer por sentir o extremo oposto disso; o oposto é estar gostando o estar querendo continuar.
Ora, não sei em que parte do caminho parou (se é que eu posso dizer que você parou); só sei que eu segui (ou parei) e me sinto perdida, sozinha. Bobagem minha seria te pressionar a traçar os caminhos comigo.
Queria te ouvir. Dizendo que isso é que estou fazendo é pretensão, que é imaginação. Ou, que seja, te ouvir dizer que é tudo verdade, que tá certo, que as coisas funcionaram desse jeito e pronto.
Mas queria te ouvir. Por favor, queria te ouvir.

"All this time they had me thinking
love's a boat that's long been sinking
but you made the claim
that taking a chance is embracing the chance
i count my blessing knowing you will take me home..."

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Condicional

"Quis nunca te perder
tanto que demais
via em tudo céu
fiz de tudo cais
dei-te pra ancorar
doces deletérios

E quis ter os pés no chão
que hoje eu entendi
sonho não se dá
é botão de flor
o sabor do fél
é de cortar


Eu sei é um doce te amar
o amargo é querer-te pra mim
do que eu preciso é lembrar, me ver
antes de te ter e de ser teu, muito bem.

Quis nunca te ganhar
tanto que forjei
asas nos teus pés
ondas pra levar
deixo desvendar
todos os mistérios

Sei tanto te soltei
que você me viu em todo lugar
via em cada olhar
quanta intenção
eu vivia preso

Eu sei é um doce te amar
o amargo é querer-te pra mim
do que eu preciso é lembrar, me ver
antes de te ter e de ser teu
o que eu queria o que eu fazia o que mais?
e alguma coisa a gente tem que amar
mas o que, não sei mais

Os dias que me vejo só
são dias que me encontro mais
e mesmo assim, eu sei também
existe alguém pra me libertar."

Rodrigo Amarante.