terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Sobre hoje...

Hoje chorei. Talvez as cervejas, talvez o tempo, talvez a situação, mas chorei. E oras, a quantas não fazia isso com vontade, com fervor. Sentindo a lágrima quente, sentida escorrer. Hoje eu chorei. E no meio de toda a tristeza, me bateu uma euforia de saber que estou viva, de saber que posso sentir, de saber que as coisas terminam para se recomeçar. E que sim, não será a primeira, nem a última.
Com as minhas lágrimas, renasci.
Ainda mais, de esperança, ainda mais de alegria, ainda mais de dor.
Mas o coração está aqui. Sempre bom saber.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Dream


Só sonhos. Só amor, sentimentos, esperança. Vento, sol, chuva, brisa. Tudo bom, tudo bem.

"Renda-se como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Pergunte, sem querer a resposta, como eu estou perguntando. Não se preocupe em "entender". Viver ultrapassa todo e qualquer entendimento."

Ah, Clarice.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Queria...

...Tanto um pouco mais de Cristina em mim, agora, pra já.
Paixão.

Minha Boêmia

(fantasia)

"Lá ia eu, de mãos nos bolsos descosidos;
Meu paletó também tornava-se ideal;
Sob o céu, Musa, eu fui teu súdito leal,
Puxa vida! a sonhar amores destemidos!

O meu único par de calças tinha furos.
- Pequeno Polegar do sonho ao meu redor
Rimas espalho. Albergo-me à Ursa Maior.
- Os meus astros no céu rangem frêmitos puros.

Sentado, eu os ouvia, à beira do caminho,
Nas noites de setembro, onde senti qual vinho
O orvalho a rorejar-me a fronte em comoção;

Onde, rimando em meio a imensidões fantásticas,
Eu tomava, qual lira, as botinas elásticas
E tangia um dos pés junto ao meu coração!"


Arthur Rimbaud

domingo, 13 de dezembro de 2009

Sem olhar pra trás.


Hoje eu corri, meu bem. Corri tanto. Assim, meio com o sapato escorregadio, meio com aquela garoa fina, vindo cortante, mas eu corri. Corri com os pés, com a alma, corri com o coração. E sabe se lá o que eu ia dizer pra ti, se eu ia dizer algo, eu só corri. Corri sem olhar pra trás, ou sem entender porque eu corri (ah, entendendo sim). Gritei, corri, sorri, e, ah meu bem, como as coisas boas podem doer um pouquinho.

Corri sim, e, sem arrependimentos, posso correr de novo.

sábado, 12 de dezembro de 2009

The Dreamer

“I was one of the insatiables. The ones you'd always find sitting closest to the screen. Why do we sit so close? Maybe it was because we wanted to receive the images first. When they were still new, still fresh. Before they cleared the hurdles of the rows behind us. Before they'd been relayed back from row to row, spectator to spectator; until worn out, secondhand, the size of a postage stamp, it returned to the projectionist's cabin. Maybe, too, the screen was really a screen. It screened us... from the world.”

Se no fim das contas, sonhar é viver, por que não? Se eu mal sei o que eu estou fazendo e o que estar acontecendo, por que não, não me jogar de vez nesse infinito? Por que não, deixar de tentar entender e deixar as coisas acontecerem? Bobagem não citar a palavra esperança; mas, quem se importa? Desisti do medo, desisti da omissão. Agora assisto as coisas de perto. Sem medo. Com medo.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Tranquilidade...

É quase uma dor. Mas a brisa me faz tão bem, e o vento, e as coisas em minha volta tão coloridas, que de repente não consigo sentir a dor que eu deveria/queria/sinto.
Vivo assim. Naquele ciclo de sempre. Naquela busca de sempre.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Bomba Relógio

É assim a maneira que eu me sinto. Que eu sinto as coisas. Prestes a acabar, prestes a explodir. E agora, não é mais não entender o que pensas Agora é entender perfeitamente aquilo que você sente e doer por isso. Doer por sentir o extremo oposto disso; o oposto é estar gostando o estar querendo continuar.
Ora, não sei em que parte do caminho parou (se é que eu posso dizer que você parou); só sei que eu segui (ou parei) e me sinto perdida, sozinha. Bobagem minha seria te pressionar a traçar os caminhos comigo.
Queria te ouvir. Dizendo que isso é que estou fazendo é pretensão, que é imaginação. Ou, que seja, te ouvir dizer que é tudo verdade, que tá certo, que as coisas funcionaram desse jeito e pronto.
Mas queria te ouvir. Por favor, queria te ouvir.

"All this time they had me thinking
love's a boat that's long been sinking
but you made the claim
that taking a chance is embracing the chance
i count my blessing knowing you will take me home..."

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Condicional

"Quis nunca te perder
tanto que demais
via em tudo céu
fiz de tudo cais
dei-te pra ancorar
doces deletérios

E quis ter os pés no chão
que hoje eu entendi
sonho não se dá
é botão de flor
o sabor do fél
é de cortar


Eu sei é um doce te amar
o amargo é querer-te pra mim
do que eu preciso é lembrar, me ver
antes de te ter e de ser teu, muito bem.

Quis nunca te ganhar
tanto que forjei
asas nos teus pés
ondas pra levar
deixo desvendar
todos os mistérios

Sei tanto te soltei
que você me viu em todo lugar
via em cada olhar
quanta intenção
eu vivia preso

Eu sei é um doce te amar
o amargo é querer-te pra mim
do que eu preciso é lembrar, me ver
antes de te ter e de ser teu
o que eu queria o que eu fazia o que mais?
e alguma coisa a gente tem que amar
mas o que, não sei mais

Os dias que me vejo só
são dias que me encontro mais
e mesmo assim, eu sei também
existe alguém pra me libertar."

Rodrigo Amarante.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Pra não dizer que eu não falei das flores...

Tento te agarrar pelos cabelos, pernas, pêlos.
Me jogo em cima de ti, por cima de ti, envolto de ti.
Sofro, ardo, queimo, xingo, sinto.
Faísca, fogo...Água. Água abaixo.
Desisto, choro, me empolgo e me perco.
Me perco.
Me perco.
Me perco.
Queria...
Sentia...
Sorria...
Quem dera.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Concreto.


Paulo Leminski.


No fundo, eu espero.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

"Minhas desequilibradas palavras...

...São o luxo do meu silêncio."

Clarice Lispector.

Sinto o desequilíbrio não só nas palavras, mas em mim. E não me importo. Me dou ao luxo, assim, de viver.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A realidade

Oras, eu penso. Que ideia mais não eu não pensar. Penso e sofro. Soofro pra caralho e sinto meu estômago se revirando, brutalmente e nesse calor infernal, tudo é caos.
A realidade é que eu não sei lidar com o que está acontecendo. Sua fase de transição, ou sei lá o que, sua fase de calmaria, ou sei lá o que...
Eu queria poder ser teu presente, queria poder, quem sabe ousando, ser uma parte de seu futuro. Mas creio que o seu passado não me permita. Creio que você não deixa o seu passado me permitir.
Gosto de ti (mais do que imaginei que fosse gostar), e, deus, nunca imaginei que estaria (ou sei lá o que estamos) contigo (vide meu momento bobo). Mas agora tudo que eu queria era estar. Mas queria poder etar contigo, plenamente, poder te sentir por inteiro.
Que o teu passado te acompanhe (como o meu, com certeza vai me acompanhar, sempre). Mas estamos falando aqui de transformações, memórias.
A verdade mesmo é que eu me perdi em ti. E não sei mais o que pensas. Mas, diferente de você, queria muito saber.
Te acompanho.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Satélite

Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A lua baça
Paira.

Muito cosmograficamente
Satélite.

Desmetaforizada,
Desmitificada,

Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e enamorados,
Mas tão somente
Satélite.

Ah! Lua deste fim de tarde,
Desmissionária de atribuições românticas;
Sem show para as disponibilidades sentimentais!

Fatigado de mais-valia,
gosto de ti, assim:
Coisa em si,
-Satélite.

Manuel Bandeira

domingo, 1 de novembro de 2009

Sobre o que sentimos...

Te achava louca. Louca demais. Acho que não entendia tanta paixão em uma só pessoa. Acho que não entendia uma pessoa ter como combustível paixão. Como te entender?
Assim, não te compreendia e só te curtia e dava risadas de suas loucuras, de sua histeria, que mal via eu, era paixão.
E assim passei a te amar. Como irmã, pra valer, sem receio. E nessa amizade eterna de 6 meses, foi como se esse sentimento todo se revelasse para mim, e de repente, me vejo apaixonada, pela vida e pelas coisas como você.
E passei a te entender e passei enfim, a sentir como você descrevia pra mim o que eu achava tão inapalpável.
Suas paranóias, suas loucuras. Que besteira a minha chamá-la de suas. São minhas, são nossas. E eu entendo, e de repente, contrariando o que eu sou, sou incapaz de te julgar ou desencorajar, porque, velho, é amor. Indiscutível, incomparável, amor.
Obrigada. Pela amizade, pelo amor, pela paixão como modo de vida. Pela entrega, pelas cores, pelo modo de viver a vida. Intensa, louca. Nossa.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Resposta

"Ela entrou com embaraço, tentou sorrir, e perguntou tristemente - se eu a reconhecia?O aspecto carnavalesco lhe vinha menos do frangalho de fantasia do que do seu ar de extrema penúria. Fez por parecer alegre. Mas o sorriso se lhe transmudou em ricto amargo. E os olhos ficaram baços, como duas poças de água suja... Então, para cortar o soluço que adivinhei subindo de sua garganta, puxei-a para ao pé de mim e, com doçura:- Tu és a minha esperança e felicidade e cada dia que passa eu te quero mais, como perdida volúpia, com desesperação e angústia..."

Manuel Bandeira

Obrigada.

domingo, 25 de outubro de 2009

E como você...

...Eu só quero ser feliz, meu bem.

Pra que rimar...

Eu nem sei por onde começar. Oras, são tantas coisas para serem ditas, que o tanto torna-se nada e aí vazio.
Eu queria poder dizer tudo que tá aqui dentro. Que tá doendo, que tá doído, mas eu não sei falar. Eu não sei como falar e nem o que falar e nem porquê dói.
Não gosto do que sou. Gosto do que sinto, mas não da forma que sinto. Não sei respirar direito, eu não sei.
Me irrita demais esse nada. Esse tudo de nada, nada de tudo, como preferir. Eu não sei lidar com coisas, situações, sentimentos.
Me lembrei porque fujo dessas coisas ditas boas.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A flor.

No meio do caminho tinham flores.
Tinham flores no meio do caminho.
Belas, coloridas, hoje estabelecidas.
Tinham flores no meio do caminho.
No meio do caminho, hoje, tem flores.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sentimental...

...Então fica bem, se eu sofro um pouco mais...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Como Se Fosse A Primavera

"E de que modo sutil
Me derramou na camisa
Todas as flores de abril..."

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Nós somos assim...

É, nós somos assim. Confusos, doidos, embriagados.
Nós somos assim. Nós sabemos, mas não sabemos.
Melhor; eu sei, você sabe. Mas não sabemos, nós nunca sabemos. Certezas e decisões nunca foram o nosso forte. Mas eu acho que sabemos.
E tenho medo. O que fazer?
Eu não sei até onde agir, até onde fazer. Eu não sei dar sinal. Eu não sei gritar; diz pra mim o que fazer?
Gosto do que temos, do que fazemos. Gosto do que sentimos. Anseio por um sinal, por alguma coisa.
E assim, continuamos.
Nós somos assim...

domingo, 27 de setembro de 2009

Domingo, dia de jogo.

é bobagem, mas é estranho como você me soa indiferente e depois me faz uma falta tão grande.
A sua presença me deixa um pouco farta, mas logo depois da sua partida, falta uma peça, que é o seu tédiozinho que traz.
Sua fala, seu sorriso, seu jeito tão igual e único.
Hoje você fez falta.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sobre amor.

É estranho, mas de repente me vejo sozinha. E mais acompanhada do que nunca.
Te espero, esperança.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Perdido em algum caderno de 2005...

Grande parte dos meus pensamentos já foram definhados pelo tempo breve de ligar o computador e acessar o programa de escrita.
Assim são meus pensamentos; vagos, ligeiros, frenéticos. Até gosto. Aquele momento, breve, especial, foi guardado.
Como os pensamentos, pessoas, passagens, idéias, tudo é sempre muito vago. Não me acho por isso, alguém superficial. Porque o tempo que as coisas ficam em mim são eternas, são apaixonadas, são intensas e verdadeiras. Gosto de coisas pequenas. Em grandes quantidades.
Gasto muito do meu dinheiro e do meu tempo nessas pequenas coisas. Gosto de pensar, gosto de titular, evitando rótulos. Mas ouso em dizer que talvez goste um pouco da burocracia. Sem muita organização.
Soa paradoxal, eu sei. Sou um paradoxo, gosto disso. Gosto da intriga, da polêmica. Isso me faz pensar mais. Mais, em menos tempo. E lá se foi o outro pensamento.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Declaração

Declaro por meio desta (meio assonada, meio perdida) minha fuga total da realidade.
Vou viver meu sonho, perder no seu olhar que não me vê, e me entregar, com intenção, com vontade nas suas pupílas - ponto de fuga.
Declaro também, me permitir ver mais cores, mais sabores, mais amor. Declaro mais paixão, mais poesia.
Declaro também, me permitir doer, me permitir dor, me permitir me machucar.
Declaro pés no céu, cabeça o mais alto que puder alcançar e coração pulsante, apaixonado, inquieto.
Declaro mais palavras nas minhas letras que se formam. Mais semântica na cabeça louca.
Me declaro feliz, me declaro triste.
Chega de ser poeta.
Respiro.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Like a rolling stone.

Eu não quero ouvir, não quero saber. Mas o som insiste em ficar na minha cabeça. A paranóia que é muda e me ensurdece com seus gritos de silêncio.
Dói, sente. Dói.
As vezes é só o que eu sinto - With no direction home, like a complete unknown - e talvez seja o necessário pra agora, pra hoje, pro amanhã. Pra sempre.

domingo, 23 de agosto de 2009

Mas, por que?

Eu não tenho medo. Não preciso ter medo, não quero ter medo. Pra que temer?
Tá tudo aí, os fatos estão todos na minha cara. Eu escolhi exatamente a forma como eu estou, eu escolhi estar aqui, agora, eu escolhi estar lá ontem, eu escolhi o que fiz na minha vida. E eu não temo.
Não temo, por quê sei. O quê ao certo é difícil dizer. Mas sei, mas sinto. As coisas estão fluindo, estão caminhando, estão em constante movimento. E o medo não consegue mais me atingir. E o medo não consegue mais me ferir. E o medo já não me impede mais.
Vivo. Pergunto. Questiono. Sigo.
Sem medo.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Never enough

Loucura, caos, tudo ao mesmo tempo.
O tempo corre e eu caminho. As coisas mudam e eu estagno. As pessoas se movem e eu aqui. E eu sempre aqui, por aqui.
Estou com pressa. Acho que preciso começar a ficar, pelo menos. Tá difícil acompanhar tudo, tá difícil acompanhar todos. Ritmo frenético. E eu aqui - And I feel like I'm being eaten by a thousand million shivering furry holes and I know that in the morning I will wake up in the shivering cold - Até quando?
Penso muito nada faço. Nada penso, nada faço. Faço tudo, nada penso. Faço nada, penso nada.
E mais uma vez, os ponteiros brigam comigo e insistem em caminhar.
Fujo.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ciclo

E assim eu me jogo. E me derreto e sonho. E caio do abismo de novo. E choro de novo e sinto de novo. Depois me levanto, e estou pronta pra me jogar novamente.
Assim acontece, porque tenho algo em meu peito que insiste em bater. Bater forte, acelerado. Que controla minha mente, revira meu estômago, me faz parar de respirar. Me faz implorar por mais tragos de tudo.
Insiste em me controlar, insiste em me cegar, insiste em me fazer sonhar, esperar.
Dói, sente. A alegria é de um dia, a alegria é um momento, mas aquele momento rege todo o resto.
E sofro.
E sonho.
E me jogo de novo.
E o coração está aqui. O coração está em mim, o coração sou eu. Bate, sente, sonha. Se entrega.
Entregue-se.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Por entre paralelos...

Estávamos lá. Eu e você. No mundo paralelo. Dividimos cervejas, cigarros, besteiras. Estávamos lá, dividindo. Não havia eu, você; havia nós.
Nós. Acho uma palavra bonita. Nós. Soa como um conjunto. Não como um eu + você. Não naquele momento.
E ali ficamos. Nós ficamos. Olhando estrelas que se mexiam (na minha cabeça de esquizofrenia), olhando estrelas que não existiam e a luz escrota do poste que insiste em piscar.
Estávamos ali. Olhares de quem se engana, olhares de quem não sabe o que fazer; eram só olhares. Olhares e risos. Loucuras. Mas era nós. E alí estávamos. E ali permanecemos. Permanecemos uma eternidade de tempo pequeno. Eterno, terno.
No mundo paralelo não existe tempo. Não existe meu, seu. Era nós, era nosso.
Gostei, gostoso. Gosto.

Sobre nós (eu e eu)

Nós amamos, nós sentimos, nós doemos, nós gozamos; nós gostamos. Nos gostamos. Nos amamos, e sabe, estamos juntos sempre. Não quero nos separar. Acho que já não podemos nos separar. Criamos um vínculos, nós, eu e eu.
Somos doentios, sentimos dores profundas, existenciais, que só nós sentimos. Nós de todos.
E nós, minha cara, não sabemos mais o que fazer para nos manter de pé. Então mentimos, bebemos, rimos, no tempo que temos. O grande tempo que temos e que ainda teremos.
Vivemos, então, vivemos enfim. Vivemos nós, na nossa dupla imbatível, na nossa dupla de ondas, na nossa dupla desiquilibrada.
Doemos. E sei que poderíamos nos amar. Mas não nos amamos. Somos mais do que isso. Somos eu e você. Você e eu. Nós.

sábado, 18 de julho de 2009

De repente, em um repente...

Tudo tinha se dissipado. Doído, sofrido, o tempo não passava, mas enfim, o vento levou. Deixou seu cheiro, deixou seu toque, seu carinho. Mas você finalmente tinha ido.
De repente, você reaparece. Com aquele jeito, com aquela risada, com aquele toque. Aquele toque que só você sabe tocar, aquela sua respiração ofegante, única.
Conversamos, choramos; sabemos. Sabemos de tudo, da dor, do sofrer. E continuamos. Porque o amor não olha pra essas coisas.
E repentinamente seus acordes se transformam em poesia para os meus ouvidos. Lírica para o meu coração. E podia parar o mundo, parar o tempo para ficar ali, te olhando tocar violão por mais horas e horas e cervejas e mais horas.
O cigarro não é o suficiente pra me relaxar. O equilíbrio não existe mais, nunca existiu. Que equilíbrio? Você estava ali pra me desequilibrar, você está aqui pra me desequilibrar, você sempre esteve aqui pra tirar meu pé do chão.
Lembro-me de novo do seu toque, do meu coração parando, das lágrimas que insistiram em sair. E o que fazer pra isso parar? O que fazer pra continuar vivendo com o coração parado?
O amor já não explica o sofrimento, o amor já não consegue explicar o cinzeiro repleto, o copo cheio, a música melancólica, tanto sentimento. O amor já não aguenta mais. O meu amor já não aguenta mais. O que fazemos? Construímos esse mundo paralelo, onde o tempo não tem importância sem nos preocuparmos com a dor que isso nos traz.
Você me disse que não aguenta mais. Eu não aguento mais. Destruo nosso mundo. Destruo nosso amor. E respiro. Me respeitando, te respeitando, enfim.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Elas.

É nos goles de cerveja, que descem macio, que descem amargo, que descem chorados. É nas saídas agitadas, as saídas pro rock, as saídas da madrugada, as saídas matinais, as saídas pra se olharem. Elas estão sempre ali.
É pra falar no telefone horas, é pra falar no telefone segundos, é pra falar no telefone pra ouvir a voz. Eu preciso da voz delas.
É se encontrar pra conversar, é se encontrar pra ouvir música, é se encontrar pra sentir a límpida nicotina entrando na alma; é se encontrar pra olhar. Eu preciso enxergá-las.
Eu preciso do contato diário, freqüente, doente. Preciso delas.
Preciso delas, meu coração precisa delas, meu ouvido precisa delas. Vocês são lindas. Vocês não são parte da minha vida, mas são minha vida. E crescem, crescem no meu coração, crescem no meu sentimento.
Solidão é uma palavra dura. E vocês já estão em mim a ponto de eu sentir solidão com vocês. Consigo me sentir sozinha com vocês, porque vocês já estão em mim. Consigo permanecer em silêncio, sabendo que vocês estão ali, vocês estão comigo. Mesmo não estando comigo.
Sofro de abstinência, sofro de amor, sofro de fofura. Sofro com elas, sofro sem elas. Sofro por elas.
Elas sou eu.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Todo sentimento me carrega...

São 2h30 da manhã. Mas eu precisava escrever, precisava. Sobre as coisas que estão entaladas, enlatadas na garganta, na cabeça, no coração. A pressão está a mil. As palavras não saem com nexo desse jeito, eu sei, mas eu precisava.
O que transcreve aqui talvez não seja eu, talvez não seja meu eu. Talvez não seja o eu que eu queria ser. Queria ser diferente. Menos dependente, menos deprimida. Queria seguir as réguas exatas, não as tortuosas linhas do destino, que o coração insiste em traçar.
Queria ser alguém que se importa mais comigo, que não se joga assim, em vão, que não joga com você mesmo, que não joga contra você mesmo.
Queria um pouco mais de exatidão, de sentido nas minhas palavras, de sentido nos meus sentimentos, de sentido no meu sentido.
Sobra em mim um peso, que me debulha no computador pela madrugada, que devaneia sobre nada, porque eu não sei nada, porque eu não escrevo nada - As coisas tortas não fazem sentido, as coisas tortas são tortas.
Nada me basta, nada me importa, a insônia me invade; será que é mesmo a insônia que tanto me incomoda? Será que não é a vida jogada, a vida que me joga? Será que já não jogo o suficiente, será que já não estou jogada o suficiente?
2h36 da manhã.

sábado, 27 de junho de 2009

Nulo

E de repente eu me perdi...Nos meus sentimentos, eu me perdi. Me perdi nas palavras que não vão conseguir descrever. Me perdi em mim mesma.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sobre o que (não) sinto...

Me tranco. Em mil trancas diferentes, pra não poder reconhecer as chaves depois. Engulo todas elas pra nunca mais poder encontrá-las. E fico assim, trancada, em mim, com os meus gritos que querem sair e já não podem, a tranca não deixa, a porta não deixa; o corpo é mudo e a mente é tirana.
Quero sair. Quero sair? O coração para, o coração não se solta, o coração fica ali, parado, esperando doer, ele sabe que vai doer. Mas ele já não sente dor. Ele espera uma dor tão grande que o que vem não é suficiente. O mesmo acontece para alegria. E vale a pena?
Ele não responde. Ele não sabe responder. Ele está trancado. Com várias chaves. Todas escondidas em lugares que não sei mais encontrar. E que não sei se quero encontrar. E que não encontro.

"Abre essa janela, primavera quer entrar e fazer do seu sorriso um abrigo..."
Casa Pré-Fabricada - Los Hermanos

terça-feira, 16 de junho de 2009

Lembranças

Doces, salgadas, amargas, picantes.
Do céu azul, do tempo frio, do tempo quente, da tempestade.
Do meu amor, do meu ódio, do meu pranto, das minhas risadas - Descontrole emocional.
Intensidade, superficialidade, álcool, álcool, álcool.
Da fome, do enjôo, do medo. Da constante ansiedade.
Dos filmes, das músicas, dos sentidos palpitantes em todos eles, em tudo.
dói, acaricia, dói de novo. Me faz bem; será?
Importa?
Só lembra...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Sente só.

O cinzeiro está cheio. O copo está vazio, as palavras são repletas. É muito sentimento.
São palavras que se transbordam, que se esvaem em nada. É muito sentimento.
O ponteiro das horas vão depressa, as portas já estão fechando, mas o sentimento está ali, intenso.
É muito sentimento, cara. Dor, amor, amizade; é tudo muito intenso, muito sentido. As palavras não são capazes de descrever um milésimo dos sentimentos que passam. Nem a própria razão ou coração conseguem descrever tanto sentimento; é como uma bomba relógio, prestes a explodir, e no fim das contas, é o que você mais quer.
Tudo a flor da pele, tudo ao ponto da neurose. Sou só sentimentos. Dos loucos, caóticos. Talvez seja assim que tenha que ser. Sem razão, sem superficialidade, sem motivo. só sentir.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Free Bird

me sinto só. Só. Como aquele passarinho azul, que fica dentro do meu coração, pedindo pra eu não chorar, porque ele também está sozinho.
Eu me sinto só. Olhando pra janela, sentindo o vento, que também é só, e na sua solidão sopra só pra mim. A solidão me invade de tal forma, que já não posso mais me sentir só. Me sinto acompanhada. Acompanhada de minha solidão, que calada, me acompanha, me abafa - Sente, tudo vai passar, não se prenda a nada agora - a solidão me diz. O passarinho concorda e o momento se transborda e me esmaga por dentro. Me esmaga. O passarinho não suporta a dor, o passarinho voa, em direção ao vento que outrora soprara pra mim. Fico eu e minha solidão, olhando a imensidão, o passarinho voando, voando, voando.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Confissão

Forjo. Forjo tudo. Alegria, euforia, embriaguez. Forjo. Forjo tudo. Meu espírito livre, meu coração aberto, meu coração sem amor. Eu forjo tudo. Eu tenho medo de tudo. Tenho medo de me assumir, como sou, como as coisas são. Me sinto só e forjo. Forjo e aceito as coisas como são. Forçadas, doídas, incompreensíveis (talvez intencionalmente), forjadas.
Sinto como uma atriz na minha pele real. Na minha vida real. Vida forjada, que já não se consegue mais destinguir a película artificial, de uma alma já desgastada.
Canso de sentir. Fico louca com a minha carência, com as minhas alucinações dementes que não chegam a lugar nenhum.
Não, eu não sou auto-suficiente, não me sinto bem e completa sozinha, não sou a música alta da balada. Sou o violão chorado da bossa nova, do ritmo pesado, da solidão pulsante.
Chora pra mim, olha nos meus olhos, fala que quer ficar. Sente o que eu tô sentindo (talvez não só por você). Vive o que eu tô vivendo, entenda minha confusão, sente quanto coração. Sente quanta solidão. Sente.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Geração

Não se trata de uma geração saúde, repleta de perspectivas visionárias. Não.
Não se trata de uma geração preocupada com o futuro distante, sequer preocupada com o futuro próximo. Não se trata de uma geração sóbria, uma geração límpida, livre das armas de alienação.
Não se trata de uma geração que condena, uma geração alarmante.
Tratamos de uma geração revolucionária comodista, desesperada por algo, que nem sequer sabe o que é. Trata-se de uma aflição interna, um grito mudo de socorro, uma preocupação ausente presente na cabeça e no coração. Trata-se da necessidade de algo abstrato demais para se materializar. Um vácuo incômodo, lateijante que insiste em preencher cabeças ainda mais vazias, que então enfim se sentem na necessidade de distrair por algo, algo, qualquer coisa que a tire dessa realidade suja, essa realidade icógnita que a cerca. E no fim, tudo acaba, infelizmente fazendo sentido. Pra que pensar mais, pra que sentir mais, pra que revogar mais. As respostas estão todas ali, no trago, no copo, na música. As respostas estão todas aqui.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ai se pudesse...

Queria poder voltar a sentir, tudo aquilo que sentia outrora.
Sem um endereço, sem um rumo. Talvez o rumo seja eu mesma. Mas queria.
Queria poder sentir todo aquele amor devasso, aquela paixão, aquela vontade de não ter dia seguinte (e o que importava o dia seguinte?). Queria até ter coragem de sentir toda dor, toda aquela dor, doída, mas ah, dor amada. Dor de ser amada. Dor de amar. Amar a vida, amar aos outros.
Quero de volta meus sentimentos. Maturados, perdidos, traumatizados. Os quero de volta. Quero de volta todo amor perdido, toda alma esvanecida, todas as lágrimas roladas, todas as crises de desequilíbrio, todos os cigarros consumidos pelo desespero, os quero. Quero meu direito de viver com sentimento. Quero meu direito de viver novamente; pra quem eu solicito?

sábado, 9 de maio de 2009

Lista (in)útil

Trago comigo sentimentos. Dos belos, dos puros, dos putos. Sentimentos.
Sentimentos esses, doídos, felizes, doídos e felizes. Confusos.
E as palavras já não me são suficientes pra definir, completar, sufocar o que trago aqui. O que trago aqui comigo.
Dor, amor, vácuo, limbo, brumo. Estreito, vasto, miúdo, raso.
A bagagem é grande. A bagagem é volumosa, a bagagem é insuportavelmente pesada. Bagagem que trago comigo.
A música muda, o que trago comigo também. O dia muda, o que trago comigo também. O tempo muda, e adivinha só?
Bagagem. Moldável, instável, maluca. Uma vida só de sentimentos. Só de bagagens.
"Maybe that's how it always has to be" Descendents.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Sócios.

Sobre as coisas da vida
Sobre o que tem valor
Sobre o que reluz nos olhos
Sobre o que destrói o amor

Sobre o que está errado
Sobre o que não importa mais
Sobre o sangue derramado
Que não voltará, animais.

Será que isso realmente importa?
Será que merece atenção?
Será que merece lágrimas?
Será que não perdemos a noção?

Devemos então seguir o rumo
Tão já trilhado, tão já minado
Perder o coração, ganhar o juízo
Para o sonho derotado, ser, enfim, alcançado.
Bem vindo ao clube.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Senta aí. Senta e escuta tudo que eu tenho pra te dizer. Serei breve, talvez doída demais. Talvez doida demais.
Não tô aqui pra falar o que você quer ouvir. Não estou aqui pra te servir, não estou aqui porque eu quero.
Senta. Fica sentado que tem mais. O que você acha que é? O que você acha que eu quero? O que você acha que eu sinto, o que passa na minha cabeça nesses momentos? O que você espera de mim? Servidão e omissão? Um objeto a seu dispor?
Cansei. Cansei, não adianta. - Quer mais café? - Não dá mais pra mim. Sinto que temos objetivos, noções, amores diferentes. Sinto que sua paz não pertence a mim. Sinto que a recíproca não é o suficiente.
Não sou do tipo que reclama - você, mais do que ninguém sabe disso - não cobro nada, não cobro nunca. Mas cansei da espera, da constante, cansativa, ociosa espera. Onde eu fico nessa espera? Como eu fico nessa espera? Por que eu fico nessa espera? Você sabe todas as respostas. Eu não. Eu nunca saberei, e talvez não me importe mais descobrir.
Ou me joga na parede e sussura breguice no meu ouvido, ou sai pela porta. Mas sai rápido e cautelosamente, porque eu arremesso objetos. Todos eles, um por um.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Corte e costura

Me sinto coberta por retalhos...Presa em um couro impregnado, apertado, que já não me conforta mais. Sinto-me coberta por retalhos. Retalhos duros, inflexíveis, incômodos que insistem em não se moldar a meu corpo.
Estou coberta de retalhos. Coberta de restos, coberta de lembranças, coberta de passado, presente e futuro. Retalhos coloridos, retalhos rasgados, retalhos imundos; retalhos.
Resta-me restos de retalhos. Resta-me restaurar os retalhos. Resta-me reaprender a retalhar os retalhos. Resta-me reafirmar e remendar novos retalhos.
E sigo.

domingo, 8 de março de 2009

Gente, minha gente.

Falei, falo. Escrevo. Sinto. Sinto porque sou humana. Sou gente. Gente da gente.Que cheira, que chora, que ri. A gente dos poros abertos, da alma inquieta, da cabeça sã. Cabeça quase sã.
Cabeça essa que cansou de sofrer, como a de tanta gente. Saí pelas tangentes. Tô melhor comigo mesma, tô tentando me reconciliar comigo, dar as mãos ao meu eu e sair, por aí, feliz, animada e sozinha. Sozinha comigo. Sozinha como a minha gente.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Esconderijo

A maneira como me encontrava ao escrever esse texto, reflete muito no meu eu. Estava reclusa, escondida, sentindo finos fiozinhos ardidos de água me ferirem gentilmente.
Escondo para mim meus medos e aflições. E quem quer saber deles, afinal?
Luto contra meus próprios monstros, mas continuo escrevendo. Estou errada? Certa? E novamente, quem se importa?
Assim continuo vagando no rumo da incerteza, deixando de lado o medo, as certezas e um pouco de mim mesma; afinal, uma vida sem perguntas é uma vida sem respostas.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Sobre tudo, para tudo.

Procuro...Procuro? Procuro!
Restos, retalhos, fragmentos; procuro, não encontro.
Mas oras, que vida seria essa se encontrasse? Se me encontrasse? Vida de conquistas, vida de glórias, vida miserável. A vida que eu não quero.
Hipócrita se a aceitasse, paradoxal se a renego. Humilhante se a sigo.
Recuso-me a segui-la, temo em atropelá-la. Contento-me em vivê-la. E vivo.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Seu moço...

- Me diz seu moço...Me diz se vale a pena pensar, correr, suar, sofrer... Me diz se vale a pena moço, o esforço, as lágrimas ardentes. Vale a pena seu moço? Vale a pena a dor, o ardor, o amor, o labor... Vale? Vale tremer, vale ouvir, vale ligar? Será que vale? Vale o ódio, a paixão encardida, os lençóis retalhados...A cortina que se recusa a abrir, o vento que resiste a entrar? O sapato que não quer calçar, a roupa que não quer vestir, o cabelo que não quer pentear, a vida que não quer desandar? Vale a pena esperar o jardim desabrochar, o sol ardente aparecer, a lua cheia ressuscitar?Dói, seu moço, dói... Já não sei mais se vale a pena, ou se a pena é que vale...