Senta aí. Senta e escuta tudo que eu tenho pra te dizer. Serei breve, talvez doída demais. Talvez doida demais.
Não tô aqui pra falar o que você quer ouvir. Não estou aqui pra te servir, não estou aqui porque eu quero.
Senta. Fica sentado que tem mais. O que você acha que é? O que você acha que eu quero? O que você acha que eu sinto, o que passa na minha cabeça nesses momentos? O que você espera de mim? Servidão e omissão? Um objeto a seu dispor?
Cansei. Cansei, não adianta. - Quer mais café? - Não dá mais pra mim. Sinto que temos objetivos, noções, amores diferentes. Sinto que sua paz não pertence a mim. Sinto que a recíproca não é o suficiente.
Não sou do tipo que reclama - você, mais do que ninguém sabe disso - não cobro nada, não cobro nunca. Mas cansei da espera, da constante, cansativa, ociosa espera. Onde eu fico nessa espera? Como eu fico nessa espera? Por que eu fico nessa espera? Você sabe todas as respostas. Eu não. Eu nunca saberei, e talvez não me importe mais descobrir.
Ou me joga na parede e sussura breguice no meu ouvido, ou sai pela porta. Mas sai rápido e cautelosamente, porque eu arremesso objetos. Todos eles, um por um.
Um comentário:
Doída e doida demais.
Sempre demais.
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