Tudo tinha se dissipado. Doído, sofrido, o tempo não passava, mas enfim, o vento levou. Deixou seu cheiro, deixou seu toque, seu carinho. Mas você finalmente tinha ido.
De repente, você reaparece. Com aquele jeito, com aquela risada, com aquele toque. Aquele toque que só você sabe tocar, aquela sua respiração ofegante, única.
Conversamos, choramos; sabemos. Sabemos de tudo, da dor, do sofrer. E continuamos. Porque o amor não olha pra essas coisas.
E repentinamente seus acordes se transformam em poesia para os meus ouvidos. Lírica para o meu coração. E podia parar o mundo, parar o tempo para ficar ali, te olhando tocar violão por mais horas e horas e cervejas e mais horas.
O cigarro não é o suficiente pra me relaxar. O equilíbrio não existe mais, nunca existiu. Que equilíbrio? Você estava ali pra me desequilibrar, você está aqui pra me desequilibrar, você sempre esteve aqui pra tirar meu pé do chão.
Lembro-me de novo do seu toque, do meu coração parando, das lágrimas que insistiram em sair. E o que fazer pra isso parar? O que fazer pra continuar vivendo com o coração parado?
O amor já não explica o sofrimento, o amor já não consegue explicar o cinzeiro repleto, o copo cheio, a música melancólica, tanto sentimento. O amor já não aguenta mais. O meu amor já não aguenta mais. O que fazemos? Construímos esse mundo paralelo, onde o tempo não tem importância sem nos preocuparmos com a dor que isso nos traz.
Você me disse que não aguenta mais. Eu não aguento mais. Destruo nosso mundo. Destruo nosso amor. E respiro. Me respeitando, te respeitando, enfim.
3 comentários:
pra te livrar( me livrar ) da situação muitas vezes insuportável, criamos nosso mundo de fé, amor, alcool e felicidade
dá certo, muitas vezes.
Sabe o que mais me intriga? Quase sempre na vida preferimos sofrer, do que viver! Tudo poderia ser tão simples, mas complicamos tudo.
Mas é do amor que estamos falando, então quem disse que é fácil?
Alcool e cigarros são coisas.
Música, beleza e amor são outra coisa.
Acho que você odeia isso, mas cuidado para não colocá-los no mesmo patamar.
Saudades, vê se para de fugir da gente.
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