quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Rabiscos de uma (avenida) paulista solitária

Aceitação pessoal. Ou tentativa de.
Vou me abster do clichê da avenida cheia, da avenida com pressa, da avenida cheia de pressa.
Tempo seco, o cigarro inevitável cai ardido. Vontade não menos ardida de fazer tudo, de me perder por aí.
As horas passam e os barulhos de saltos e sapatos tornam-se mais frenéticos, mais intensos. Sinto meu coração em sincronia. Coração bobo, desesperado, despedaçado, empapuçado de uma esperança sabe-se-lá-de-que.
"Me gusta estar solo. La soledad me hace sentir bien. Cuando me hundo, me ahogo. Me encanta la vida y nada más...", me disse um colombiano-poeta-artista. Achou que eu o entendia por estudar filosofia. Entendo-o por viver.
O tempo seco, o tempo vazio, eu seca e vazia, não desencanta a lua cheia imponente no céu. Nada faz nada parar. Segue, sigo.

Um comentário:

Arnoult disse...

a lua lá em cima, sim, linda. mas a gente faz e refaz o mundo, todo-o-tempo...