segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Com nada, sobre nada, de nada.

As coisas me impressionam. Impressionam a ponto da decepção, a ponto da amargura, a ponto do chorar (não, isso não é raro, eu sei).
As coisas se dissipam tão fácil, da mesma forma em que elas vieram. Não, as coisas se dissipam mais fácil do que vieram.
Parece que você demorou um tempo pra construir aquilo, pra estimar, quem sabe, até uma solidez, mesmo que imaginária, mesmo que ilusória; a coisa está lá. E não é que num piscar de olhos, a coisa se vai? Mais do que num piscar de olhos. Num passo dado, numa palavra dita; vai.
E quem é que te segura? Como viver sem a coisa que você tanto estima? Como superar a perda daquilo que você crê que construiu com tanta forma e conteúdo?
O que mais te prende em tudo é o seu egoísmo. O seu egoísmo, a sua fraqueza, a sua dependência. É tudo que te rende aquilo, que te faz refém, e você já não sabe mais se é aquilo que você quer pra você ou se é você, como essência da podridão humana quem quer. E aí? O impasse está declarado, você se depara com seu medo, com sua fraqueza, que estão bem ali, na sua frente, esperando a sua decisão, a esperada decisão.
Corro. Fujo. Fujo de mim, me rendo aos meus erros, aos meus pecados já consolidados, será que faz diferença agora?
Não quero perder. Não quero sentir. Não quero pensar. Mas o faço.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Parar e olhar.

Acho que o que mais me fascina na fotografia, é o dom de se parar na hora certa, atingindo exatamente o ápice daquele momento. Obviamente, refiro-me ás fotografias que pretendem isso, que tem um objetivo a mais do que registrar momentos alegres (não que eu não goste delas também).
A arte de fotografar, é muito mais do que focar, apertar o botãozinho e jogar no computador; a foto, ela sim deve focar você; você deve sentir a foto, sentir aquele momento e então tirar. Trabalhoso? O caso de amor entre você, o momento e a câmera duram segundos; segundos intensamente imortalizados, por um registro muito mais do que computado, mas um registro sentido.
Pra mim, as fotos devem ser captadas com o coração, com a mente, e depois passar pelo click. Se as pessoas que olharem sua foto, sentirem metade ou o dobro do que você sentiu ao tirá-la, seu objetivo definitivamente foi concretizado.
Li certa vez, que ao tirar a foto, deve se alinhar o coração, a alma e o foco da câmera; acho que isso traduz o papel da fotografia. Mais do que doces lembranças, ela deve te chocar, te revoltar, te tirar da cadeira para procurar mais. E é isso que eu e minha câmera buscam como objetivo pra vida. E de quem olhá-las.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ópio

É inexplicável... O arrepio surge do comecinho da barriga e parece que até o seu último fio de cabelo, aquele mais ajeitadinho, fica de pé...
Você olha o relógio em tempos absurdamente periódicos, e, ele não passa...Não, o maldito do tempo não passa!
Você começa a ficar meio encabulada, perguntando se todos tomaram a decisão certa, se o que foi feito vai dar certo, se é a tática ideal... O jeito pra controlar a ansiedade é discutir e minimizar sobre ela.
Aí a coisa começa... A garganta não é suficiente pra suprir a emoção...As mãos, os pés, as almofadas da casa, os copos do buteco, tudo cria vida e se exalta por si só; parece que o mundo para naquele instante e nada mais que aquele problema te importa agora (vai, um segundinho de distração não mata ninguém, né?)
Até... Que o gol vem!! Aquela gritaria, aqueles pulos, aquela provocação que insiste em sair, aqueles palavrões de baixaria, que você mal sabe o que significa dão por sair na sua boca sem fim.
Acaba o jogo. Seu time (o meu, palmeiras) ganha a partida. Os olhos brilham, querem deixar cair lágrimas, mas o seu orgulho (e o meu lado feminino/macho) não me deixam chorar, afinal "caralho, aqui é verdão, porra!"... Mas eu sei, eu sei o que um jogo de futebol significa pra mim. A emoção que ele me traz... Da torcida, da bandeira, de sentimentos unidos por um só objetivo... Só quem gosta de futebol pra saber... Ou não; só quem se emociona por algo de verdade pra saber; o futebol é o ópio do povo. Mais do que isso; a alegria e emoção é o ópio do povo... E ela vem num objeto redondo, pintado, num gramado límpido verde, encerrado pelo apito do juíz.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Caindo (de cara) na realidade.

Desci do salto...Mentira, despenquei dele. Que que eu quero pra mim heim?Quero isso?Bom. Quero aquilo?Faça por merecer.
O salto estava muito alto mesmo, só tava dando pra ver muito acima do que eu sou. E o que eu sou?Baixinha, sem salto, rasteira, perdida. Perdida nas fórmulas exatas; sou mais entender as fórmulas da vida, daqui de baixo.
O salto era fino, logo logo eu sabia que ia desmoronar. Mas naquele momento, eu não me importava. O nariz estava tão alto, que acabei me esquecendo do que realmente me fazia feliz. Eram as coisas lá de baixo.
Aprendi que com salto ou sem salto devo permanecer assim; baixinha, respirando baixo, com pézinhos pequenos no chão...E sonhando lá em cima.