Ao som dele que me diz tantas coisas. Ao clima da chuva, que me diz tantas coisas. Ao bode total, que me faz pensar em tantas coisas.
Vai chegar a noite. E a lua que me fará pensar em tantas coisas. E as coisas que me fazem sentir tantas coisas...
E as coisas, que oras, são tantas coisas.
E amanhece (amanheço) novamente.
Queixo-me ás rosas...
"Como me sinto? Como se colocassem dois olhos sobre uma mesa e dissessem a mim, a mim que sou cego: isso é aquilo que vê, essa é a matéria que vê. Toco os dois olhos sobre a mesa, lisos, tépidos ainda, arrancaram há pouco, gelatinosos, mas não vejo o ver. É assim que sinto, tentando materializar na narrativa a convulsão do meu espírito, e desbocado e cruel, manchado de tintas, essas pedras escuras do não saber dizer, tento amputado conhecer o passo, cego conhecer a luz, ausente de braços tento te abraçar."
Hilda Hilst.
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